Do meu lado

Vim de um Lugar em que as pessoas se sentem mais livres - que as daqui - para fazerem coisas que não são 100% perfeitas.

Permitem-se adquirir o que buscam ainda que provenha de lugar não tão agradável, de modo que lhes seja possível, a partir da coisa existente e à sua escolha e maneira, construir o ambiente desejável.

Sinto falta, sinceramente, dessa humildade, que me era tão próxima naquele passado.

Hoje, assisto a uma prática que remonta à antiguidade, ao passado do passado, algo que eu julgava ultrapassado, mas que volta a me passar a cada passo que aqui tenho dado.

Há quem me proponha já cobrando, quem me ofereça já esperando. E então se desesperam, ou se desiludem, quando apenas continuo, continuando.

Há quem valorize a ponto de transformar em moeda, medalha, troféu. Eu participo, mas não me disponho a representar um papel.

Entendo que é mais fácil mudar meu jeito em vez do lugar. Mas também me resta a opção de outros ares buscar.

"Meu lado no diálogo" - Henrique Perama.