No início era bruto e animalesco.
Quando aprendeu a expressar-se, viu que o atendiam.
O homem organizou-se, criou discursos e delegou aos mais capazes a função de doutrinar.
Dentre os discursos, escolheu o do amor.
O amor ofereceu felicidade e paz, mas pediu compaixão.
A compaixão pediu tolerância. A tolerância, perdão.
A passividade anestesiou os homens. E todos se regozijaram.
E os homens mais capazes olharam e viram solo fértil. E dominaram.
E os dominados já eram educados.
A dor não feria, a ofensa não dizia e a perda não fazia a falta.
Lábios moviam-se, mas nada diziam.
Mas o homem despertou-se.
Escolheu de novo sentir, ser, agir.
E de novo mobilizou-se.
E destruiu.
E desorientados, todos se regozijaram.
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