Gosto do tipo de manifestação como a de João Pereira Coutinho, no artigo "Adeus às armas", Folha de São Paulo - "Ilustrada", de 17/03/2009. Direta, repleta de citações comparativas que somam para convencer e, para melhorar, com uma conclusão que é aritmética das boas, das operações mais simples.
Tratando dos estardalhaços mais uma vez decorrentes da fórmula "adolescente+arma+crise emocional=chacina", Coutinho enumera as tantas ocorrências semelhantes e a chuva de pseudo-especialistas e
campanhas "humaniotárias"* em toda a mídia comunicativa, esses que ressurgem com suas análises, opiniões e sugestões para solução dessa "onda de violência", no mais descarado modelo
ovo-de-pé pós-colombiano, sempre adornadas com retrospectivas puramente sensacionalistas.
Coutinho ainda compara as estatísticas entre países como os EUA e a Alemanha, este útimo o palco do atual desastre, já que o primeiro é visto como "o monstro", produtor da "cultura da violência", e o segundo, por ter uma lei rígida sobre posse e porte de armas e, ainda assim, assistir a tal teatro de horrores. Na mesma baila, são também citados países em que os números indicam uma arma por casa de família, a exemplo da Suíça, ou mesmo do Japão, um dos maiores consumidores do
americanizing, e que apresentam os menores índices de criminalidade.
A solução-proposta do autor está resumida no olho do artigo: "O único jeito de proteger escolas de um agressor é ter pessoas que parem uma arma com outra(...) O resto são filosofias românticas e vagas: filosofias que servem pouco quando o criminoso tem um revólver e os inocentes não". Matemática pura.
*Humaniotárias: Trocadilho meu, não atribuído ao autor da matéria original.